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Foto: Luciana Rêgo/Blog Luciana Rêgo. |
Por Luciana Rêgo.
Nesta sexta-feira, 1º de agosto de 2025, durante a cobertura do aniversário de 20 anos da Atel Telecom, o Blog Luciano Rêgo, de Serra Talhada, aproveitou a passagem por Belém de São Francisco para visitar o Memorial Zé Pereira e Vitalina, espaço dedicado à história dos primeiros bonecos gigantes do Brasil — um verdadeiro tesouro do carnaval nordestino, que inspirou os bonecos gigantes de Olinda, incluindo o Homem da Meia-noite.
Os gigantes Zé Pereira e Vitalina são reconhecidos oficialmente como Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco. Nascidos em Belém do São Francisco, esses personagens marcaram a história do carnaval pernambucano e deram origem à tradição dos bonecos gigantes no estado.
O boneco Zé Pereira foi criado em 1919 pelo artesão Gumercindo Pires de Carvalho, com incentivo do padre belga Norberto Phalempin, que buscava integrar expressões culturais europeias à religiosidade local. Dez anos depois, em 1929, foi criada a boneca Vitalina, que passou a representar a esposa de Zé Pereira, consolidando o casal mais icônico da cultura carnavalesca sertaneja.
Confeccionados com a técnica de papel machê, os bonecos têm cerca de 4,5 metros de altura e foram feitos para animar o carnaval da cidade. Em 1932, Zé Pereira e Vitalina foram levados ao Recife, onde chamaram tanta atenção que serviram de inspiração direta para os famosos bonecos de Olinda, como o Homem da Meia-Noite, referência nacional no carnaval.
A história dos bonecos começa com a chegada do Padre Norberto Phalempin, nascido na Bélgica, que chegou a então recém-nascida Belém do São Francisco por volta de 1910. Ele foi o primeiro pároco da cidade e desempenhou um papel fundamental na introdução da cultura europeia através da religião, da música e das artes plásticas. Suas influências inspiraram as tradições locais com elementos artísticos que ainda hoje resistem ao tempo.
Entre seus grandes interlocutores estava o jovem Gumercindo Pires de Carvalho, nascido em 13 de janeiro de 1894. Filho do Coronel Jerônimo Pires de Carvalho e de Hermelinda Carvalho, Gumercindo estudou em Recife, onde teve contato com o teatro, as artes e as manifestações populares. Influenciado pelo padre belga, aprendeu a técnica do papel machê e decidiu criar um boneco gigante que representasse o espírito carnavalesco da cidade.
O padre belga contava sobre a tradição de bonecos na Europa que participavam de cortejos religiosos para atrair a atenção dos fiéis. Como bom ouvinte, Gumercindo Pires de Carvalho teve a ideia de fazer um boneco gigante, aos moldes europeus, não para usar em momentos religiosos, mas no Carnaval.
Em 1932, Zé Pereira e Vitalina foram levados levados ao Recife. O sucesso foi tão grande que inspirou diretamente o surgimento do famoso Homem da Meia-Noite, hoje um símbolo do carnaval de Olinda.
O Memorial Zé Pereira e Vitalina é um espaço que preserva não só os bonecos, mas a história viva de uma tradição que nasceu no Sertão e conquistou o Brasil. Uma visita indispensável para quem deseja entender as raízes culturais de Pernambuco. O local fica à Av. Cel. Jerônimo Píres - Centro, Belém do São Francisco - PE.
Atualmente, os bonecos, em Belém de São Francisco, são manipulados por: Wesley Ribeiro – Manipulador do boneco Zé Pereira; Renato de Assis – Manipulador da boneca Vitalina, que concederam entrevista ao Blog Luciana Rêgo.
O Blog Luciana Rêgo também conversou com Secretário Municipal de Cultura de Belém, José Henrique. Confira abaixo:
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