Foto: Imagem ilustrativa. |
Por Juliana Alves/Blog Luciana Rêgo.
Em alusão ao "dia das bruxas", nesta quinta-feira (31), o Blog Luciana Rêgo traz uma narrativa contada por Dona Josefa de Souza Lima, que faleceu aos seus 97 anos, no Distrito de Canaã, Triunfo, em 2022.
A mesma era natural do Sertão da Paraíba, onde nasceu e cresceu. Após se casar com Expedito Romão (também já falecido), pernambucano e triunfense, foi para Pernambuco, onde residiu no município de Triunfo, mais precisamente no Distrito de Canaã. Teve dez filhos, sete mulheres e três homens, doze netos e conheceu ainda em vida mais onze bisnetos.
Segue a narrativa abaixo:
Há muito tempo atrás, dona Zefinha contou sobre uma história, que aconteceu com um primo dela, no Sertão da Paraíba, em que havia um lugar chamado: o "Poço do Carrancudo". Não foi explicado o motivo do nome, enfim, as pessoas falavam que este lugar era assombrado, e que ninguém poderia passar ali durante a noite, pois acontecia de um bode bodejar aos pés da pessoa que passasse por ali, e também aconteciam outras coisas assustadoras. Porém, o primo de Josefa não acreditava, falava que era "conversa para assombrar o povo" e ainda disse que um dia iria passar por lá para provar que era "besteira."
Uma vez ele passou por aquele lugar, já a noite, montado em um burro, estava bastante escuro, não tinha luar naquela noite, foi quando ele chegou em um ponto e de repente o burro parou bruscamente, e para sua surpresa, escutou o tal bode bodejar aos seus pés, e em seguida, sentiu alguém pular na garupa do cavalo e cutucar ele falando “espora o burro neguim”.
No que isso aconteceu, ele "botou o burro para correr", e a "coisa" que pulou na garupa, continuou cutucando ele e falando: “espora o burro neguim... espora o burro neguim...”. Ele foi até em casa daquele jeito, quando finalmente chegou no terreiro, sentiu que aquela coisa saltou ao chão.
Ele correu para dentro de casa "morrendo de medo" e trancou a porta, no outro dia contou aos familiares e amigos o que tinha acontecido, eles riram e falaram: “tá vendo você não disse que era besteira, agora vá de novo passar por lá”, e deram risada dele, mas sabiam que aquilo era sério e estranho.
Moral da história: Cuidado! Não ande sozinho de moto ou a cavalo a noite, pois alguém pode pular na sua garupa!
Uma homenagem à Dona Zefinha, eterna contadora de histórias.
Foto: Arquivo pessoal. |
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