Foto: César da Silva Santanna/Hotmart. |
Os auxílios moradia, saúde e alimentação aprovados pelos deputados estaduais representam até 22 vezes o valor pago em benefícios sociais para famílias pobres de Pernambuco, aponta um levantamento da ONG Habitat Brasil.
"A gente tem hoje um valor de um auxílio moradia (pago pelo poder público) que gira em torno de R$ 200 e R$ 300. E quando a gente compara isso com R$ 6.600 para um deputado, é um valor 22 vezes maior do que o recurso que é pago para as famílias de baixa renda", afirma Raquel Ludermir, gerente da Habitat Brasil.
Cada um dos 49 deputados estaduais poderá solicitar até R$ 12.377,37 mensais nos novos auxílios, além dos salários de R$ 29.469,99, reajustados no final de 2022. Esse gasto contrasta com o cenário do estado, onde mais de dois milhões de pernambucanos estão em situação de insegurança alimentar. Esse número corresponde a 20% da população. São pessoas que almoçam, mas não sabem se vão jantar.
Mesmo sob críticas da sociedade civil, a maioria dos deputados decidiu aprovar os três auxílios, que podem custar mais de R$ 7 milhões por ano aos cofres públicos. O patrimônio dos deputados estaduais que propuseram a criação de três auxílios varia entre R$ 263 mil e R$ 4,2 milhões, segundo declaração de renda apresentada pelos políticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE-PE) durante as eleições de 2022.
Com a criação dos auxílios, cada deputado estadual vai receber os seguintes valores:
Auxílio-moradia: R$ 6.483,39, o equivalente a 22% do salário;
Auxílio-saúde: R$ 2.946,99, o correspondente a 10% do salário;
Auxílio-alimentação: R$ 2.946,99, o que representa 10% do salário.
Para o auxílio-moradia, existem algumas regras:
O deputado ou cônjuge não pode ser proprietário de imóvel residencial no Grande Recife;
O deputado não pode ter imóvel funcional disponível para uso;
O cônjuge, companheiro ou qualquer pessoa que resida com o deputado não pode ocupar imóvel funcional nem receber ajuda de custo para moradia ou auxílio-moradia.
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